Evento foi organizado pela SMA para discutir propostas de preservação e recuperação da biodiversidade.

Dos 300 novos funcionários selecionados em concurso público pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente – SMA, 160 serão destacados para atuar em ações de preservação e recuperação da biodiversidade. Desta maneira, a Coordenadoria de Biodiversidade e Recursos Naturais – CBRN passará a contar com a maior equipe, no país, dedicada a questões relacionadas com os recursos naturais. Segundo o secretário do Meio Ambiente, Xico Graziano, o Estado de São Paulo, incluindo as áreas de matas ciliares, está procedendo à recuperação de 500 mil hectares. --Estamos iniciando um processo de recuperação da biodiversidade--, informou.

Em sua palestra, de 18.11, no encerramento do I Encontro Paulista de Biodiversidade – Florestas e Sustentabilidade, em São Paulo, Graziano afirmou que --não estamos emitindo, mas absorvendo CO2--. Essa, em sua opinião, é a diferença da política estadual paulista em relação à do Governo Federal que enfrenta o dilema das emissões decorrentes do desmatamento na Amazônia. O encontro, iniciado, em 16.11, foi organizado pela CBRN em parceria com a Fundação Mokiti Okada, entidade que se dedica à prática de produção agrícola orgânica, valorizando os recursos da natureza. Durante os três dias, segundo Helena Carrascosa, coordenadora da CBRN, foram discutidos temas relativos a florestas e biodiversidade, buscando alternativas para a recuperação de áreas degradadas.

Um dos pontos tratados com ênfase durante o encontro foi a conciliação da produção agrícola com a preservação, disse Carrascosa, que apresentou uma proposta, com base em estudos sobre a aptidão das terras paulistas, de definição de áreas destinadas à manutenção de florestas e à atividade agrícola. A solenidade de encerramento contou ainda com a presença do presidente da Fundação Mokiti Okada, Rogério Hetmanek, e do representante Pacto pela Restauração da Mata Atlântica, Miguel Calmon, que também apoiou a realização doa evento.

Prêmios

No encerramento do evento foi realizada também a entrega de prêmios aos melhores projetos de recuperação da biodiversidade apresentados por entidades ambientalistas. Foram inscritos vinte projetos, apresentados em painéis expostos durante o evento. Os premiados foram:

- 1º lugar – Programa de Sensibilização e Capacitação de Produtores Rurais para Práticas Agrícolas Sustentáveis – Instituto Refloresta
- 2º lugar – Rede de Produção Comunitária de Semente Nativa – Instituto Refloresta
- 3º lugar – Campanha pela Recuperação das Matas Ciliares do Vale do Ribeira – Vidágua e Instituto Socioambiental
- Menção honrosa – Mapeamento dos Recursos Hìdricos (Córregos e Ribeirões) do Perímetro Urbano de Itapetininga – projeto desenvolvido por Antonio Fernando Silva Rosa Jr.

A engenheira florestal Joyce Brandão, que representou o Instituto Refloresta, disse que a entidade atua em vários municípios como Capão Bonito, Pilar do Sul, Guapiara e Porto Feliz, onde desenvolve projetos de coleta de sementes de espécies nativas, viveiros de mudas e de reposição vegetal, estimulando a produção agroflorestal e a conscientização dos produtores rurais e das comunidades. Ivy Wiens, das Ongs Vidágua e Instituto Socioambiental, explicou que o projeto pela recuperação de matas ciliares na bacia do Ribeira de Iguape, iniciado em 2006, já desenvolveu dez plantios demonstrativos, devendo partir agora para a recuperação de áreas superiores a três hectares, totalizando os 120 hectares previstos.

O projeto que mereceu a menção honrosa é um trabalho individual do perito ambiental Fernando Rosa que fez o mapeamento das áreas ciliares na zona urbana de Itapetininga, com a finalidade de promover a recuperação dos rios da cidade. O trabalho envolveu 37 córregos, 31 cabeceiras de corpos d’água e mais de 90 nascentes. Rosa, que é também vice-presidente do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente local, está levando a proposta de recuperação para as comunidades nos diversos bairros da cidade. Mas, o que considera como sua maior vitória, foi o fato do Ministério Público ter acolhido o seu trabalho e ter aberto inquérito civil para obrigar os proprietários a promoverem a recuperação das áreas.